sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Tomar Decisões Difíceis


Richard G. Scott
Para que você se qualifique para receber inspiração e orientação de Deus durante toda a sua vida, decida hoje que fará sempre o que o Senhor deseja que você faça, mesmo que pareça ser um sacrifício ou algo muito difícil. Aprendi por experiência própria que a decisão certa tomada num momento crítico pode abençoá-lo por toda a vida. Com o sincero desejo de ajudá-lo a adquirir confiança em sua capacidade de sempre tomar a decisão certa, quero contar uma experiência pessoal que me ensinou algumas lições muito importantes.

O Senhor Começou a Abençoar-me

Depois que me formei na faculdade, servi em uma missão e me casei, minha mulher e eu nos mudamos para o Leste dos Estados Unidos, onde consegui um emprego. Por meio de uma série de coisas que me aconteceram que hoje considero incomuns, fui entrevistado para trabalhar como engenheiro numa atividade nova e muito emocionante: Desenhar e desenvolver reatores nucleares para submarinos. Ao relembrar o passado, vejo que me seria praticamente impossível conseguir aquele emprego. Havia candidatos muito mais experientes ao cargo. Só consegui porque o Senhor me ajudou.
Isso nos mostra que o Senhor abençoa nossa vida quando seguimos Seus sussurros e fazemos o que o profeta nos ensina. Precisamos ter coragem, exercer a fé e escolher o certo, mesmo que muitas pessoas a nosso redor não o façam.
Depois de ter trabalhado por onze anos emocionantes naquele emprego, eu estava reunido, certa noite, com os responsáveis pelo desenvolvimento de uma parte essencial do reator nuclear. Minha secretária entrou e disse: “Há um homem ao telefone que disse que assim que eu lhe dissesse o nome dele, você atenderia o telefonema”.
Perguntei: “Qual é o nome dele?”
Ela disse: “Harold B. Lee”.
Eu disse: “Ele está certo”. Atendi o telefonema. O Élder Lee, que mais tarde se tornou Presidente da Igreja, perguntou se poderia encontrar-se comigo naquela mesma noite. Ele estava na Cidade de Nova York, e eu estava em Washington D. C. Tomei um avião para ir encontrar-me com ele, e tivemos uma entrevista que me conduziu a meu chamado como presidente de missão.
O chefe do programa no qual eu estava trabalhando era o Almirante Hyman Rickover, um homem muito trabalhador e exigente. Eu o conhecia suficientemente bem para saber que devia informar-lhe o mais cedo possível que eu tinha sido chamado para servir como presidente de missão. Ao explicar-lhe meu chamado e dizer-lhe que isso significaria meu pedido de demissão do emprego, ele ficou muito irritado. Disse algumas coisas que não posso repetir, quebrou a bandeja de papéis de sua escrivaninha e deixou dois pontos bem claros com suas palavras:
“Scott, o que você está fazendo neste programa de defesa é tão vital que levaremos um ano para encontrar alguém para substituí-lo. Por isso você não pode ir. Em segundo lugar, se você for, será um traidor de seu país.”
Eu disse: “Posso treinar meu substituto nos próximos dois meses que me restam, e não haverá risco algum para o país”.
Não havia mais nada para conversar, então ele disse: “Nunca mais falarei com você. Não quero vê-lo de novo. Você está acabado, não apenas aqui, mas nunca mais tenha quaisquer pretensões de trabalhar novamente num serviço nuclear.”
Respondi: “Almirante, o senhor pode proibir-me de entrar no escritório, mas a menos que me impeça, vou passar este trabalho para outra pessoa”.
Cumprindo sua promessa, o almirante deixou de falar comigo. Quando alguma decisão vital precisava ser tomada, ele me enviava um mensageiro ou se comunicava por meio de outra pessoa. Ele designou uma pessoa para assumir minhas responsabilidades, e eu o treinei.

Minha Decisão Difícil

Não foi difícil para mim deixar o emprego; eu sabia que tinha sido chamado pelo Senhor para ser presidente de missão. Sabia, porém, que minha decisão afetaria outras pessoas. Na área de Idaho Falls, Idaho, havia muitos membros da Igreja cujos empregos dependiam do trabalho no programa nuclear. Eu não queria prejudicá-los. Não sabia o que fazer. Meu coração me dizia: “Será que isso vai terminar bem, ou será que algum inocente que depende de nosso programa para conseguir seu sustento será prejudicado?”
Enquanto eu orava e ponderava a esse respeito, tive um sentimento a respeito do hino “Faze o Bem”. Um verso daquele hino me veio à mente: “Faze o bem, os efeitos espera”. Outras palavras do hino reforçaram essa certeza, tais como: “Deus te protege, oh, faze o bem!” (Hinos, no 147)
No meu último dia no escritório, solicitei uma entrevista com o almirante. A secretária dele ficou surpresa e assustada. Levei um exemplar do Livro de Mórmon comigo. Ele olhou para mim e disse: “Sente-se, Scott, o que acontece com você? Tentei de todas as maneiras forçá-lo a mudar de idéia. O que há com você?” Então, tivemos uma conversa muito tranqüila e interessante. Ele me ouviu muito mais dessa vez.
O almirante disse que leria o Livro de Mórmon. Então, aconteceu algo que eu jamais imaginaria que pudesse ocorrer. Ele acrescentou: “Quando você voltar de sua missão, quero que ligue para mim. Terei um emprego para você”.

Suas Decisões Difíceis

Sendo jovem, você terá desafios e decisões difíceis para tomar durante toda a vida. Para um rapaz, sua primeira decisão difícil será tornar-se ou não um missionário. Na verdade, não há dúvida alguma a respeito dessa questão. O Senhor declarou que a missão é um privilégio e uma responsabilidade. O que é necessário é viver dignamente para servir como missionário, compreender os ensinamentos do Senhor, especialmente a mensagem da Restauração, e saber que você será capaz de abençoar muitas vidas ao esquecer-se de si mesmo no serviço do Senhor.
Como presidente de missão, vi rapazes e moças receberem oportunidades que permitiram que crescessem imensamente, enquanto abençoavam ricamente a vida de outras pessoas. Os missionários que tiveram mais facilidade no trabalho foram aqueles que tinham estudado as escrituras e absorvido a mensagem do evangelho.
Devido à disposição dos missionários de tomar a difícil decisão de deixar de lado algumas coisas que parecem atraentes aos adolescentes, o Senhor lhes deu a oportunidade de servir, e mais tarde, um maravilhoso companheiro ou companheira no casamento. Eles se tornaram servos exemplares de Deus por causa de sua disciplina, trabalho árduo e confiança no Senhor. Um número significativo deles se tornou líder na Igreja e realmente se destaca em sua respectiva profissão.

Para Seu Bem

Decida agora que sempre fará o certo, e espere os resultados. Eles sempre serão o melhor que pode acontecer para você. Você descobrirá que a longo prazo é mais fácil lutar pelo que é certo e fazer a coisa difícil em primeiro lugar. Depois que tiver tomado essa decisão, não será difícil segui-la.
Nunca me arrependi das ocasiões em que decidi fazer o certo, mesmo quando enfrentei duras críticas. À medida que você aprender a verdade, descobrirá que, se for obediente, será inspirado a saber o que fazer e terá a capacidade de fazê-lo.
Com todo o amor que tenho no coração, peço-lhe que decida manter os padrões do Senhor. Viva de modo que o Espírito Santo possa inspirá-lo a fazer sempre o que é certo. Testifico que, como resultado disso, seus anseios dignos ou algo ainda melhor se tornarão realidade em sua vida.
O Pai Celestial e Seu Amado Filho amam você. Eles desejam sua felicidade mais do que você é capaz de compreender hoje. Eles o ajudarão a alcançar essa felicidade, se você se empenhar firmemente em fazer tudo o que puder para obedecer aos mandamentos.
Partes desse artigo foram tiradas do “Faze o Bem”, A Liahona, mar. 2001, pp. 10–17.

Decisão sobre a missão

Quando eu era bem jovem, minha família e minhas professoras da Primária me perguntavam se quando crescesse eu iria servir em uma missão. Eu sempre dizia que sim. Quando fiz 12 anos, fui ordenado ao ofício de diácono. Meus líderes começaram a dizer que eu iria para a missão em apenas sete anos. Parecia-me algo muito distante.
Quando fui ordenado mestre, os lembretes a respeito da futura missão se tornaram mais freqüentes. Quando fui ordenado sacerdote, eles se tornaram ainda mais freqüentes. Comecei a preocupar-me porque me faltavam apenas três anos.
Eu gostava da idéia de ir para a missão, como fizeram alguns de meus irmãos mais velhos. Mas a idéia de ficar longe da família por dois anos em outra parte do mundo era assustadora. Percebi que estava com medo da missão porque meu desejo de servir não era muito forte.
Contei meu problema para minha irmã Francisca, e ela sentou-se a meu lado e disse: “Isaí, compreendo o que você está dizendo e tenho apenas duas coisas para lhe dizer. A primeira é que na missão as pessoas sentem o Espírito durante cem por cento do tempo, se tiverem os olhos fitos na glória de Deus. A segunda coisa é que você deve pedir ao Senhor que o ajude a fazer com que seu desejo de ir para a missão aumente. Ele irá ajudá-lo”.
Segui o conselho dela e comecei a orar para que meu desejo de servir em uma missão se tornasse forte.
O dia 6 de abril de 2000 foi uma data decisiva para mim, porque foi nesse dia que meu companheiro de ensino familiar partiu para sua missão. Fui até o aeroporto despedir-me dele. Quando ele entrou no avião, senti uma emoção e um certo nervosismo sobre como seria fazer o mesmo. Mas em vez de ficar com medo, tive um sentimento de paz. Concluí que esses sentimentos foram a resposta a minhas orações. Eu sabia que o Senhor queria que eu servisse em uma missão. Daquele dia em diante, tive o firme desejo de ir para a missão quando fizesse dezenove anos.
Fui chamado para servir na Missão Califórnia San Jose, de onde retornei recentemente. Os anos que passei ali foram os melhores da minha vida. Descobri que embora estivesse longe da minha família, quando as coisas ficavam difíceis ou eu precisava de ajuda, o Espírito do Senhor me consolava e me ajudava. Aprendi a conhecer e amar meu Pai Celestial e Jesus Cristo. Pude testificar com certeza que o Livro de Mórmon é verdadeiro. Meu testemunho dos profetas vivos e da Restauração cresceu. Aprendi a amar as pessoas que eu estava servindo. E descobri que o dom de línguas é real, porque aprendi a falar e ensinar em inglês.
Aquilo que eu achava que seria um grande sacrifício se tornou a maior bênção da minha vida.
Isaí Limón Torres é membro da Ala Matamoros I, Estaca Matamoros México.

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