sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Coragem para Servir


Os profetas modernos pediram que todo rapaz digno e capaz sirva uma missão de tempo integral e afirmam que o serviço missionário das moças é bem-vindo. Os jovens adultos no mundo todo estão respondendo a esse chamado para servir; mas, seguir o profeta requer fé e coragem. Nas histórias a seguir, jovens ex-missionários compartilham como encontraram forças para superar os obstáculos que acompanharam a decisão de servir e o período de preparação.

Manter Minha Decisão

Elena Ogneva Anderson, Utah, EUA
Quando completei 21 anos de idade, senti-me inspirada a servir missão. Eu nunca planejara uma missão, e esses pensamentos eram inesperados. Meu líder do sacerdócio incentivou-me a orar sobre o assunto, e eu o fiz.
A resposta veio de maneira clara: Eu sabia que Deus queria que eu servisse missão. No início, senti-me feliz a respeito do serviço, mas sair em missão foi mais desafiador do que eu esperava.
Meu patrão não entendeu por que eu precisava partir por dezoito meses, e não quis me dar um tempo de folga para que me preparasse. Ele deu-me um ultimato: “Trabalhe ou não trabalhe. A escolha é sua”. Por mais amedrontador que fosse não trabalhar nas semanas finais antes de minha partida, decidi sair do emprego.
Também foi complicado preencher todos os requisitos médicos. O médico de meu país natal, a Rússia, nunca tinha visto os documentos médicos para o serviço missionário da Igreja e se recusou a assiná-los.
Obstáculos como esses fizeram-me pensar se eu havia feito a escolha correta. Várias vezes, quase mudei minha decisão. Mas, nos períodos de dúvida, lembrava-me da resposta que recebera quando orei, e consegui manter a decisão de servir. Por fim, encontrei a solução para esses e ainda outros desafios que enfrentei.
Fui chamada para servir na Missão Rússia São Petersburgo. Os primeiros meses no campo missionário não foram fáceis. Mas, por ter aprendido a lidar com os obstáculos que enfrentei ao preparar-me para servir, pude vencer os desafios da missão. A missão — e as dificuldades que enfrentei ao preparar-me para ela — ensinaram-me que posso fazer coisas difíceis com a ajuda do Senhor.

Minha Vida Pertence a Ele

Mahonry Gonzalez, Morelos, México
Quando completei dezoito anos de idade, muitos membros de minha ala e da estaca começaram a dizer-me que eu deveria ir para a missão. Mesmo tendo sempre planejado servir missão, não gostei de sentir-me pressionado.
Logo, comecei o primeiro ano da faculdade. Após muito esforço, consegui uma bolsa que me permitiu estudar na Alemanha. A Alemanha era muito diferente de meu país natal, o México, mas mergulhei na cultura e aprendi o idioma rapidamente.
Recebi uma oferta de emprego permanente em uma companhia europeia de prestígio. De repente, servir missão pareceu-me mais uma obrigação do que um desejo. Achei que deveria aceitar o emprego e desfrutar do sucesso do mundo.
Nevava muito no dia em que viajei para a Cidade de Heidelberg com minha amiga Melanie. Após algumas horas, a estrada estava coberta de neve e ficamos sonolentos. Dirigíamos a cerca de 105 quilômetros por hora, quando avançamos um sinal vermelho e batemos num ônibus.
Quando acordei, vi a polícia, a ambulância e Melanie, que estava chorando. O carro estava destruído e eu estava dentro dele. Lágrimas vieram-me aos olhos quando percebi o quanto fôramos abençoados por estarmos vivos. Comecei a orar e agradecer ao Pai Celestial por poupar-me a vida, mas algo me apavorou — eu não conseguia mover as pernas.
A caminho do hospital, ouvi as enfermeiras dizendo que se eu tivesse um ferimento na coluna cervical, provavelmente não poderia andar novamente. Orei de todo coração ao Pai Celestial. Primeiro, agradeci a Ele novamente por permitir que eu sobrevivesse, sabendo que minha vida não me pertencia. Depois, prometi a Ele: “Se minhas pernas estiverem bem e eu puder andar, servirei uma missão de todo o coração e mente”.
Após quatro horas no hospital, o diagnóstico foi promissor: Eu poderia andar novamente. Eu não mais estava hesitante a respeito de servir missão. Em vez disso, senti um forte desejo de compartilhar meu testemunho de que Deus vive, de que Ele é nosso Pai no Céu e pode realizar milagres em nossa vida.
Após essa experiência, decidi não aceitar o emprego que me ofereceram. Sabia que meu tempo e tudo o que eu tinha pertencia ao Senhor. Por que não oferecer a Ele um pouco desse tempo e servi-Lo por dois anos?
Depois da formatura, fui chamado para servir em Frankfurt, Alemanha. Na missão, testifiquei de meu Pai Celestial. Sei que Ele vive, que é meu Pai e que me protege. Ele deu-me a vida e ela sempre pertencerá a Ele.

Mudei de Opinião

Jessica Baksis, Idaho, EUA
Eu tinha 21 anos de idade e era sócia de um salão de beleza. Na Igreja, dava aulas em uma classe da Primária. Minha vida era boa, mas sentia-me inquieta. Parecia que havia algo mais que eu precisava fazer — mas eu não sabia o que era.
O bispo chamou-me ao seu escritório certo domingo e perguntou-me se eu já havia pensado em servir missão. Fiquei surpresa. Eu era membro da Igreja havia dois anos e nunca pensara em servir missão.
Disse ao bispo que não achava que a missão fosse o melhor para mim. Enquanto eu saía de sua sala, ele disse: “Bem, se mudar de opinião, avise-me”. Achei que o assunto estava encerrado, mas as palavras do bispo continuaram em minha mente.
Perguntei-me como poderia servir missão. Eu era o único membro da Igreja em minha família. Como minha família se sentiria? O que faria com minha parte na sociedade do salão? Conseguiria servir por um ano e meio?
Ao ponderar essas perguntas, fui inspirada a ler o Livro de Mórmon. Peguei-o e abri no oitavo capítulo de Alma. Ao ler sobre como Alma e Amuleque dedicaram-se a sua missão, descobri que eu também precisava “declarar as palavras de Deus” (ver versículo 30). No domingo seguinte, disse ao bispo que mudara de opinião e desejava servir missão.
Minha família apoiou-me e consegui vender minha parte na sociedade do salão de beleza. Servi em Caracas, Venezuela e continuei a colher as bênçãos de ter servido honrosamente ao Senhor.

Convertido ao Evangelho — e à Missão

Marco Brando, Itália
Cresci na Igreja e sempre planejei servir missão. Mas, quando a época de servir se aproximou, eu ainda esperava minha própria experiência de conversão poderosa, como ouvia as outras pessoas relatarem em relação a sua filiação à Igreja.
Eu sabia que sair em missão demandaria sacrifício. Tinha um bom emprego e um bom salário e imaginava se conseguiria outro tão bom, quando voltasse. Preocupava-me com relação a interromper os estudos e deixar a família e os amigos. Mas eu sabia, bem no fundo, que servir missão era o certo; então, continuei a preparar-me.
Como parte da preparação, acompanhei os élderes da área em seus compromissos de ensino. Certa noite, os missionários e eu estávamos ensinando um homem sobre a Palavra de Sabedoria, mas ele não aceitava o princípio. Quando saímos da casa, senti que os élderes estavam desanimados, e fiquei triste também.
Mas eu não sabia por que estava triste; afinal, nem mesmo conhecia direito aquele homem. Continuei a pensar nisso e percebi que tive aqueles sentimentos porque sentira o Espírito durante a lição. Fiquei triste por ver que aquele homem rejeitara algo que me trouxera tanta alegria.
Esse pensamento mostrou-me que eu estava verdadeiramente convertido. Sabia que o evangelho era verdadeiro e mal podia esperar para compartilhá-lo. Logo fui chamado para a Missão Itália Roma.
Fui abundantemente abençoado pelos sacrifícios que fiz ao preparar-me para a missão. Ensinei o evangelho para muitas pessoas maravilhosas, fiz amigos para toda vida e aprendi inglês. As bênçãos continuaram após voltar para casa. Voltei ao mesmo emprego que tinha antes da missão e até recebi uma promoção.
Talvez a maior bênção, na verdade, seja um crescente testemunho do evangelho. A missão foi um período de crescimento espiritual sem igual, pelo qual serei sempre grato.

Direito de Ter a Ajuda do Senhor

President Thomas S. Monson
“Alguns de vocês talvez sejam tímidos por natureza ou se considerem incapazes de aceitar um chamado para servir. Lembrem que esta é a obra do Senhor e, quando estamos a serviço do Senhor, temos o direito de receber a ajuda Dele. O Senhor moldará o ombro para que suporte o fardo nele depositado.”
Presidente Thomas S. Monson, “O Senhor Precisa de Missionários”, A Liahona, janeiro de 2011, p. 4.

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