sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Presidente Monson e o Trabalho Missionário


No seminário, o Presidente Monson contou algumas de suas próprias experiências pessoais e sentimentos referentes ao trabalho missionário. Seguem-se algumas das coisas que ele compartilhou.

Um Lugar Sagrado

Um de meus Bosques Sagrados fica no centro de treinamento missionário. Embora não tenha tido essa oportunidade recentemente, ao longo dos anos sempre gostei imensamente de estar presente quando os novos missionários estão chegando. Observei os irmãos e irmãs mais novos dos missionários olharem com orgulho para sua irmã ou irmão maior que está indo para a missão. Vi muitas mães enxugando as lágrimas nos olhos. Gosto de ver o pai, trajando um terno bem usado, admirando o terno novo do filho. Olho para os sapatos do pai. Às vezes há buracos na sola dos sapatos, mas não nos que seu filho missionário usa. Ele tem o que há de melhor. O pai e a mãe se sacrificaram para que seu filho possa seguir adiante como servo do Senhor. Os rapazes e as moças foram educados no lar e nas salas de aula da Igreja e no seminário. Eles se qualificaram pela idade, pela virtude e pela experiência. Foram entrevistados pelo bispo e considerados dignos, foram entrevistados pelo presidente de estaca e considerados dignos, e foram designados por imposição de mãos como missionários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Uma Transferência Inspirada

O Presidente Monson falando no seminário de presidentes de missão de 2011
O Presidente Thomas S. Monson fala no seminário de novos presidentes de missão. Ele deu conselhos práticos, com base em suas experiências pessoais no campo missionário.
Lembro-me, quando era presidente de missão no Canadá [1959-1962], de ter olhado para nossa lista de missionários e sentir a forte inspiração de transferir um rapaz da cidade de Belleville para Welland Ontário. A impressão foi tão forte que fiz a transferência. Na semana seguinte, quando recebi uma carta do companheiro dele, lágrimas vieram-me aos olhos ao ler: “Presidente Monson, sei que você foi inspirado ao enviar o Élder Smith para nós em Welland. Estamos ensinando dez famílias de língua italiana que não falam bem o inglês. No meu coração, eu vinha orando para ter um companheiro que falasse italiano. Você encontrou o único missionário da missão que fala italiano.” Pensei comigo ao ler aquele trecho: “Eu não fazia a mínima ideia de que aquele rapaz falava italiano”. Tendo um sobrenome como Smith, não dava para imaginar que ele falava italiano. Eu não sabia que a mãe dele era italiana e que ela havia ensinado o filho a falar seu idioma natal. Por eu ter seguido o Espírito e tê-lo transferido, ele pôde levar o evangelho àquelas famílias italianas de Welland.

Um Excelente Treinador

Tive um jovem, James Arnett, de Price, Utah. Ele nunca foi líder de distrito, nunca foi líder de zona, nunca foi assistente do presidente. Mas se eu tivesse que dizer quais foram meus melhores missionários, ele seria um deles. O motivo disso era que ele era um excelente treinador de novos missionários. Eu deixava um élder com ele por um mês, depois lhe enviava um novo élder, e depois outro, e assim por diante. Sua influência podia ser sentida em quase todo missionário que ele havia treinado e nos que eram treinados pelo que ele havia treinado. Ocasionalmente vocês encontrarão esse tipo de talento. Utilizem-no quando isso acontecer. Em Doutrina e Convênios lemos esta bela passagem: “E se houver algum homem entre vós de Espírito forte, que tome consigo aquele que for fraco, para que seja edificado em toda mansidão a fim de também se tornar forte” (D&C 84:106).

As Cartas Podem Converter

Em certa ocasião, eu visitava uma missão em Los Angeles e entrevistei todos os missionários. Para um jovem missionário da Geórgia, eu disse, quase que por acaso: “Você escreve uma carta para seus pais todas as semanas?” “Sim, senhor.” “Recebe uma carta de seus entes queridos todas as semanas?” Ele disse: “Não, senhor.” Fiz uma pausa e perguntei: “Há quanto tempo faz que você recebeu uma carta de seus pais?” Ele meio que engoliu em seco e disse: “Nunca recebi uma carta deles”. Fiquei atônito. Perguntei: “Há quanto tempo está na missão?” Ele respondeu: “Há quase seis meses”. Depois disso, lágrimas começaram a correr-lhe pelo rosto. Olhei para ele e senti a inspiração de fazer-lhe uma promessa. Eu disse: “Prometo-lhe, Élder, que se você continuar a escrever uma carta para seu pai e sua mãe todas as semanas, você verá uma mudança na vida deles”.
Muitos meses depois, voltei à Califórnia para participar de uma conferência de estaca. Depois da sessão, um jovem missionário se aproximou e disse: “Élder Monson, lembra-se de mim?” Eu tinha entrevistado uns 1.700 naquele ano. Eu disse: “O rosto me é familiar, mas não consigo lembrar o seu nome”. Ele disse: “Sou o Élder que o senhor entrevistou e que não tinha recebido nenhuma carta do pai e da mãe em seis meses. Sou o élder a quem o senhor fez a promessa de que se eu continuasse a escrever uma carta para casa todas as semanas, meus pais me escreveriam”.
Quase tive medo de fazê-lo, mas perguntei: “Recebeu alguma notícia deles?” Ele disse: “Se eu recebi alguma notícia deles?” Ele enfiou a mão no bolso e tirou dali uma carta de sua mãe, cujo conteúdo vou lembrar-me para sempre. Dizia: “Querido Michael, muito obrigada por suas cartas semanais. Você ficará feliz em saber que seu pai foi ordenado sacerdote e eu estou recebendo as lições dos missionários, e seu pai vai me batizar. Calculamos que daqui a um ano poderemos ir a Los Angeles com a família, quando você terminar sua missão, e poderemos ir todos juntos ao Templo de Los Angeles para ser selados para a eternidade. Continue seu bom trabalho. Com amor, mamãe.” Então foi a minha vez de chorar. O rapaz disse: “Irmão Monson, o Senhor cumpriu sua promessa”. Eu disse: “O Senhor respondeu a sua oração”.

Um Élder Feliz

Por vários anos depois que voltei do Canadá, carreguei comigo na carteira uma fotografia de um de meus missionários: Heber Barzee. O Élder Barzee me deu a fotografia e escreveu no verso dela: “Caro Presidente Monson, eu sou feliz”. Quando eu olhava para aquele sorriso, dizia para mim mesmo: “É meu dever motivar e demonstrar e mostrar a todo missionário de minha missão como ter sucesso. Não é meu dever repreender, e não é meu dever censurar ou pressionar. Meu encargo é mostrar a cada missionário como ter sucesso para que ele seja feliz como o Élder Barzee.”

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